segunda-feira, 20 de junho de 2011

Não é semana de arte.

De 13 a 17 de junho, um evento classificado como semana de arte aconteceu na Estácio Uniradial - Campus Brooklin.
Com o tema de "Visualidades Paulistanas", o público principal dessa mostra são os próprios alunos de Licenciatura em Artes Visuais da unidade. Todavia, os alunos do período matutino, mais uma vez, foram distanciados do evento pela velha história do baixo contigente no horário. Não houve convite antecipado para a programação. Não houve coragem dos superiores em encarar o grupo de alunos que promoveu o centro universitário na 14ª Feira do Estudante Expo CIEE sem receber nada em troca em um fim de semana inteiro.
Em 14 de junho, a turma da manhã realizou uma visita à exposição "Um dia terá que ter terminado - 1969/1974" no MAC-Ibirapuera, acompanhada pelo professor Naum Simão. Essa atividade havia sido adiada por questões pessoais dos alunos - ainda que ligadas à graduação nessa instiuição -, e reagendamos sem o conhecimento da "Visualidades". Então, recebemos a informação de que o evento faria parte da tal semana de arte, com registro fotográfico a ser divulgado posteriormente. Eis a nossa foto:



Convido a todos os meus colegas de curso, principalmente os do Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo, a repensarem nas ideias do que é arte. Não estamos com ideias falseadas do que é a arte ao expor telas comuns em cavaletes, e reapresentando excerto de uma obra teatral e cinematográfica sem o menor contexto dentro da tal visualidade paulistana? Estamos gastando tempo e dinheiro para fazer o que faríamos em qualquer apresentação escolar?

Infelizmente, percebo que temos dificuldades em reconhecer os artistas excepcionais que temos como professores, e desprezamos suas falas a respeito do nosso trabalho ou da nossa postura como artista e educador. Ouví-los ou não, é uma escolha nossa depois de refletirmos sobre as palavras deles. Eles têm uma representatividade no meio artístico, no meio educativo... Eles estão estabelecidos. Se eles estão lecionando em uma faculdade, onde deveríamos abrir nossa cabeça à discussão de nossos próprios valores e não o fazemos, eles não se matarão para que isso aconteça - e olha que é visível o esforço dos verdadeiros professores e artistas do campus Brooklin em nos transformar. Por isso, não esperam demais ou de menos dos professores: ouçam, entendam, questionem a si mesmos, tenham a certeza de que executaram essas três ações.

Os alunos da manhã tiveram trabalhos expostos, que foram realizados nas disciplinas de Gravura, Linguagens bidimensionais e Escola e o diálogo contemporâneo com arte. Somados aos trabalhos das demais turmas, remontamos os protótipos de galerias de arte do século XVIII, quando as obras se amontoavam em paredes de pés-direitos altos. Prove-me o que isso tem a ver com as visualidades paulistanas.

Eu estou em paz comigo por não ter participado de mais uma promoção impensada e acidental da graduação que faço nessa faculdade. Por dois anos, dei meu apoio para as coisas boas, e até para as coisas ruins, pensando que participar ajudaria a melhorar a forma e a estrutura. Não ajudou. E mais: fomos expelidos de um pensamento conjunto, mas como toda boa faculdade, ela ainda nos dá opções: fazer do jeito deles, ou não fazer nada.

Eu não farei nada.

Um comentário:

Manoel Plácido disse...

"CONHEÇO MUITOS QUE NÃO PUDERAM QUANDO DEVIAM, PORQUE NÃO QUISERAM QUANDO PODIAM"

"A GENTE: QUER, DEVE E PODE"
(então façamos!)

ESPERANÇAR!

(Trechos do prof. e filósofo Mario Cortella, na postagem abaixo "Litigância")

Gente, as duas últimas postagens são dignas de muitos comentários,
então, participemos!...